sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sem palavras

O que aqui escrevo é um recado para uma pessoa querida, A. Querida por sua genialidade, generosidade, por seu carisma, sua sensibilidade, por sua doçura.

Gostaria, sinceramente, de estar aí, neste momento, junto à você. Oferecer meu ombro, meus ouvidos, meu colo, meu abraço, meu carinho, minha amizade. Repetir muitas vezes e com tanta força que nada aconteceu, até que, esse desejo virasse a mais pura realidade. Arrancar sua dor e levá-la pra longe, ou simplesmente ficar em silêncio e segurar sua mão.
Não estou aí ... Não posso levar sua dor pra longe ... Não posso mudar o que aconteceu... Me sinto impotente ...
Mas estou aqui ... pensando em você e pedindo a Deus que te conforte.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Acredite, ou não

Idas e vindas e muitas emoções. Estranhos que contam a vida inteira em oito horas de viagem, que roncam, que conseguem dormir de bruços numa cadeira minúscula de um ônibus, que roubam seu travesseiro no meio da noite ...


"Quando o mar não tá pra peixe
Jacaré vai de canoa
Quando a banda não é boa
Vai play-back e tudo bem
Nesta vida sempre tem
Uma surpresa de emboscada
Muita carta foi marcada
E muito jogo se perdeu
Estranho! Bizarro!Tudo isso aconteceu,
Acredite, ou não... Inesperado!
Normal só tem você e eu"
Lenine

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Estúpida maneira de viver!

Todos encontram a sua maneira de viver o luto. A minha estúpida maneira de viver o meu é fingir que nada aconteceu. É covardemente não encarar a realidade dos fatos. É não ter a dignidade de saber partir (ou seria saber ficar?)

E por isso mesmo, durante um pequeno momento de lucidez, uma outra Waleska surgiu diante do espelho e perguntou pra esta Waleska que escreve: "Que você tá fazendo da sua vida, menina?"

Desejei que ela pulasse do espelho, me resgatasse e me levasse para um outro lugar até que eu ficasse curada de vez .
Que droga!! Eu e essa minha mania de querer fugir!!!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Moça de mudança

"Moça de mudança" ... adotei este nome. Por mais que a mudança seja dolorosa, amedrontadora, vez por outra é necessária, inevitável. Na minha vida, nos últimos tempos diria que ela tem vindo a "toque de caixa". Um novo emprego, uma nova cidade, uma nova casa ...
Esta semana, finalmente decidi ir até a cidade onde vou, a princípio, trabalhar. Digo apenas trabalhar pois, por enquanto, ficarei indo e vindo, logo, acho que não posso falar em morar, apesar de ter lá um cafofo com uma rede e um vaso de planta (que ainda não me inspirei em batizar). Enfim ... sou uma moça de mudança.

Nessas idas e vindas, algumas noites serão dormidas, ou pelo menos passadas dentro de um ônibus. Nessa minha primeira ida, a aventura foi boa.

Fui comprar a passagem e na hora a moça do guichê me informou que haviam ônibus indo por dois caminhos diferentes. "Qual era o melhor caminho?, perguntei, juro, pensando apenas em coisas do tipo estrada menos esburacada e, consequentemente, com maior possibilidade de chegar mais rápido.

"Sei não! acho que tanto faz. Perainda ... ". E se dirigindo ao colega do guichê ao lado, a moça perguntou: "Fulano, qual o melhor caminho?". Aí o rapaz, com um sorriso no rosto, olhou pra mim e disse: "Ah, minha senhora!!!! Não tem esse negócio de melhor caminho não!!!! Se for sua hora, acontece acidente, assalto em qualquer um dos dois".

Como se não bastasse ele me chamar de minha senhora, ainda vai falar em acidente, assalto, "minha hora"?!! O suficiente pra eu decidir que não ia dormir a noite inteira dentro do ônibus e que deveria começar minhas preces imediatamente.

Fiquei tão impressionada que, pela primeira vez, afivelei o cinto de segurança assim que entrei no ônibus. Fiz uma oração, olhei para janelas pra ver onde ficava a saída de emergência e dei um suspiro longo pensando que não deveria dormir para ficar atenta a tudo que acontecesse durante a viagem.

Realmente eu não dormi ... Não, não foi por medo, não! Tão logo o ônibus começou a andar, fiquei pensando que eu não podia ficar pensando assim, já que as viagens serão uma constante na minha vida. Eu não dormi por que o senhor que sentou ao meu lado insitiu em roncar a noite toda! Uma verdadeira orquestra sinfônica sem maestro! Se o ronco fosse pelo menos ritmado, quem sabe com o tempo meus ouvidos se acostumavam e eu dormia.

Enfim ... fiquei pedindo a Deus pra ele parar de roncar um pouquinho. Lá pelas 3h da madruga ele parou e foi um silêncio maravilhoso. Ah! Que coisa boa é o silêncio!!!! Eu agradecia a Deus, claro! Mas depois de um tempo ... me vi pensando: "Será que ele morreu?" Aí meu Deus!!! Melhor uma pessoa que ronca viva, que um cabra silencioso morto".
Daí, eu fiquei pedindo em pensamento: "Ronca! Ronca! Ronca!" Ele roncou e muito, a noite inteira e ainda mais alto. É a vida!

Na volta? Ah! Foi ótimo. Sentei perto de um rapaz que estava com seu Ipod na maior altura. Daquele jeito que você escuta mesmo sem estar com os fones. Até aí, tudo bem! O problema é que ele dormiu, esqueceu o Ipod ligado e RONCOU!!!