Faz algum tempo desde a última postagem. De lá pra cá um monte de coisa aconteceu. Inclusive, fiquei mais velha! Trinta e dois anos!!! Peraí!!! Não era quinze um dia desse?
Eu queria postar sobre o meu aniversário, longamente de forma poética e feliz, mas digamos que as coisas não aconteceram como eu imaginei. Aliás, imaginar, viver num mundo de ilusões tem sido o meu hobby predileto nos últimos tempos.
Alguma coisa me chama para a realidade. Quem sabe a terapia, quem sabe as evidências que se tornam mais nítidas a cada dia. Palavras antes não ditas agora são soletradas. Sem espaço para interpretações, tudo dito as claras. Até sonhando, literalmente, alguém vem e me diz "ei menina, isso não está acontecendo não ... é só sonho". Eu acordo, por um instante odeio a figura que disse isso no sonho, depois vejo que ela tava certa, me encolho no fundo da rede sem saber bem ao certo se é bom tentar sonhar de novo ou ficar de olhos bem abertos (mas com uma dor filha da puta), até não ter o que fazer a não ser me levantar e tentar tocar pra frente aquilo que não pode esperar.
Racionalidade?! É uma palavra que eu clamo todos os dias ... mas ela teima em não vir. Conto no calendário da agenda a passagem do tempo. Mas que passagem é essa que não leva minhas dores embora?
Voltando ao aniversário: Eu passei a zero hora do dia 05 de abril numa cadeira de cinema. Última sessão do filme Ele Não Está Assim Tão Afim de Você. Fiquei bem, me aqueci com a minha velha blusa de lã vermelha. Assisti o filme e fiz o exercício mental de não pensar em mais nada além do filme. No final, indo pra "casa", prometi a mim mesmo que não esperaria nenhuma surpresa, nenhuma lembrança e que por isso ficaria bem e feliz com o que viesse ou com o que não viesse. Pensei que estar viva por si já era uma boa, motivo suficiente para se estar feliz.
Recebi beijos gostosos da minha pequena e muitas mensagens bacanas de gente não menos bacana via orkut. Almocei com uma amiga bem especial que me presenteou com um bom livro.
E, acreditem, apesar disso tudo pensei que deveria me sentir triste. Pensei no meu 31º aniversário. Desejei que o tempo voltasse!
Queria o pão promocional em cima da mesa simulando um big café da manhã. Queria o Ira tocando na vitrola com aquele refrão "Feliz Aniversário, envelheço na cidade", queria o beijo afetuoso de quem me dizia que juntos éramos mais fortes.
E por querer tanto isso, embarquei nas minhas ilusões e, mais uma vez fui chamada a realidade. Sem grosseirias ... só a realidade nua e crua e por isso mesmo dolorida. É fato: a vida mudou. Assim será lembrado o meu 32º aniversário.
De lá pra cá ... que monte de coisa aconteceu? Não sei bem ao certo! Tá tudo muito confuso aqui dentro. Oscilo entre colocar o pé na estrada e ficar parada em um mesmo lugar como se tivesse raizes. O que tenho feito com os dias? Não sei, bem a certo. ao final de cada um deles, acho que tenho a sensação de que só estou esperando que eles passem.