segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hoje, vou de música!






Para duas garotas especiais, que por um bom acaso são minhas irmãs: Vitória e Waléria

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Selinhos e Outras Cositas Mais

E eu ganhei lindos selinhos da Paloma e da Isa (maedeprimeira-paloma.blogspot.com). E eu fiquei feliz, por demais, diga-se de passagem. O primeiro selinho a gente nunca esquece. Adorei, meninas!Eis os ditos cujos:



...

E pelas ruas de Juazeiro do Norte ainda se vê Paus D'arcos (mais conhecido como Ipê Amarelo) dando vida a cidade com suas lindas flores amarelas.

...

Não são só os Paus D'arcos que tomam contam da cidade ... Minha sobrinha Lulu e o pequeno José, filho da A e R, continuam lindos, fofos, mas cataporentos.

...

Semana passada, levei os meus alunos para uma Trilha Ecológica Interpretativa pela Chapada do Araripe. Foi a primeira edição (de muitas, espero) do Nativus, projeto de extensão que eu estou coordenando na Universidade. Bacanérrimo!!!Boa caminhada, boa comida, boa música, boa conversa, pura alegria!!



...

Nesta semana, assisti o filme UP Altas Aventuras com a minha filha e companheira de aventuras. No final, estávamos as duas chorando um monte. O filme é lindo, emocionante ... uma lição de vida vinda do fundo do coração. Eu mais que recomendo!

...
Ontem:
Mais uma aula de violão. Uma hora de pura diversão. Não posso deixar de dizer que acho engraçado ver um menino tão talentoso, tão mais novo, me ensinado (com a maior paciência) e ainda dizendo que está muito orgulhoso de mim. "Ô vida véia boa!!", como diz o meu professor A.

Mais uma sessão do vegetal. Eita, eita ... tanta coisa pra aprender!! Devagar e sempre! No final da sessão tocou uma música do Roberto Carlos, A Janela: "coisas da vida, lá lá lá lá lááááá". Eu nunca tinha parado pra prestar atenção na letra desta música, que eu ouvi muito quando era criança. Linda!
"Penso duas vezes me convenço
Que aqui é o meu lugar
Lá fora às vezes chove
E é quase certo que eu vou querer voltar"

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando entrar setembro

As boas novas começam a entrar nos campos.
Dia 06 de Setembro,um novo começo em minha caminhada espiritual.
"A firmeza é a União".

Mais Perto

E nos últimos dias, ela chega do colégio com os braços abertos, correndo em minha direção e me diz: "Mãe!!!! Que saudade de você!!!", mesmo quando a gente só fica distante pouco mais de quatro horas.

Cada dia mais perto!

sábado, 22 de agosto de 2009

Na Minha Viola

Tô procurando aprender a tocar esta também, que eu adoro!
Pra que fique registrado esse primor de música, eis letra e música!

Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente, o sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal
Bola de meia, bola de gude, o solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a mão

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dias pra lembrar

No domingo, dia dos pais
Do meu pai, a lembrança da viagem Fortaleza-Juazeiro, com direito a carro no prego no meio da estrada, com chuva torrencial e pernoite num posto de gasolina espremidos dentro dum carro com tantas coisas da mudança. Os dias na casa nova,em que ele foi pai, avô, babá, cozinheiro, numa casa sem geladeira nem fogão com direito a refeições feitas em cima de caixas de papelão.

Hoje, dia de Santa Clara
E como não pedir? Claro que vou pedir! Santa Clara clareai!!

E já que em pauta estão dias a serem lembrados
Exatos dois meses que entrei para o clube dos tatuados. Sem arrependimentos e já com vontade de fazer algumas mais(hehehe). Fato devidamente registrado pela minha pequena fotógrafa, Vitória.



Por falar em Vitória,

Sexta passada foi o dia de receber o boletim da Vitória. Entrega solene feita por ela mesma que disse: "Mãe, eu sou tua filha mesmo!"
Entendi tudo ao abrir o boletim: 10 em matématica e história, 9,5 em português, 9 em ciências e geografia e ... 7,0 em educação física!
"Filha?! Parabéns! Mas conta pra mamãe como foi que você conseguiu tirar 7 em Educação Física?" "Ora mãe! Eu fugi algumas vezes da aula. Detesto Educação Física, que nem você!" Fiquei meio sem jeito de falar alguma coisa!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mais Uma Canção

?

Retornei a lugares que não ia há tempos. Revivi rituais que me pareceram muito estranhos, apesar de vividos tão intensamente há tempos atrás. Pensei inevitavelmente em coisas que, há dias, encontrava meios de não pensar.
Em instantes que pareceram eternos, pensei no passado, lamentei o presente, temi o futuro. Questionei se o caminho só se faz caminhando, entre erros e acertos ou se a gente já vem predestinado a ser o que se é, a carregar cada um o quinhão que foi destinado. E quem determina quem chora e sofre e quem sorri? E quem determina se o indivíduo vai ter uma vida longa e feliz ou se vai ter sua vida interrompida precoce e bruscamente? E quem determina se a gente vai merecer uma segunda chance ou se vai ser condenado sem direito a defesa?
Tive uma vontade louca de escrever, como há tanto não sentia! Tentativa de organizar o caos e aliviar a angústia presente, mudar o passado, buscar a redenção, zerar tudo pra ter direito a começar, de fato, de novo, apreender aquelas verdades que vinham sem nenhum "mas" para aprender e no futuro não mais errar. E quem disse que dá pra começar de novo mesmo? E não é com base no seu passado que as pessoas julgam se você presta ou não? Não é com base nele que as pessoas ficam só esperando o momento da sua recaída? E não é com base no passado que as promessas de fazer tudo diferente no futuro não tem sequer a chance de tentar se concretizarem? Me senti cansada das lutas que tenho travado com os outros e, nos últimos tempos, e principalmente, comigo. Me senti exausta com o peso das culpas que carrego. Me senti cansada de tentar me encontrar em meio a tanto medo e confusão. Me senti só. Me senti triste por estar vendo apenas o quanto a vida é uma peleja. Me senti mal por estar me sentindo tão mal. E mesmo procurando ouvir outras vozes que diziam que outros sofrem dores bem piores, queria gritar também para estes, que o que dói aqui é mais importante por que dói em mim.

E no final de tudo, até me senti bem em me permitir pensar aquilo tudo, mas continuo sem entender o que se passa aqui dentro.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Nos Últimos Dias

Nos últimos dias a vida seguiu o seu curso normal.
Trabalhei; estudei; paguei contas; recebi mais contas; comi; dormi; assiti televisão de maneira inerte até a baba escorrer pelo canto da boca; fui pra aula de yoga; fiz feira; preparei macarrão com sardinha algumas vezes para o almoço; assisti filmes no dvd; fui a terapia.

Nos últimos dias a felicidade tomou de conta.
Fui a uma festa só pra luluzinhas; ajudei a enfeitar a festa de aniversário de dois anos do pequeno José (filho de uma amiga mais que querida); recebi amigos em casa para boas conversas regadas a coca-cola, vinho e café com leite; recebi vários telefonemas e e-mails da minha pequena dizendo o quanto minha ama e está com saudades; elogios generosos e maravilhosos por meios virtuais; e nesse ambiente também reencontrei gente com quem a muito naum falava; me senti feliz com a minha própria companhia; grudei os fones do mp4 nos ouvidos e dancei com as mãos para o alto de maneira descompensada no leito de hospital onde minha vó estava internada, arrancando sorrisos dela e dos outros pacientes enquanto esperavam o momento de entrar no centro cirúrgico.

Nos últimos dias me surpreendi.
Levei o meu sobrinho pra o treino de futebol; joguei com ele e os seus coleguinhas enquanto o treino não começava pra valer; fiz gol, defendi; tive um gol dedicado a mim e eu, que detesto futebol, curti de montão aquele momento; ouvi minha vó me desejar boa noite (depois da cirurgia, mas ainda no leito do hospital) da maneira mais inusitada possível:
"Sonhe com os anjos, minha filha. Não, não, sonhe com uns gatos, um sonhos mais pecaminosos. Você tá precisando é disso".
"Como assim vó?"
"É isso mesmo que você ouviu" rs.

Nos últimos dias cresci.
Neoplasia Maligna, foi o que eu li no resultado da biopsia do nódulo que foi retirado da perna da minha avó. Fechei os olhos com toda a força possível. Não consigo explicar o silêncio que ficou aqui dentro. Senti meu corpo tremer de uma forma estranha. Cerrei os olhos, mais ainda, pensando que ao abri-los todo aquele engano ia se desfazer e a vida ia voltar ao normal. Tornei a abrir os olhos, devagar, temerosa e, sim, havia algo errado. A vida não voltou ao normal.
Pensei que devia chorar, chorar muito. Não consegui. Por alguns instantes pensei que o que estava acontecendo não era justo comigo, com ela. Quis gritar, espernear, maldizer a vida. Mas um sentimento estranho me fez ir até a casa da minha avó e arrastá-la pra um passeio. Não contei nada pra ela. "Isso não vai acrescentar nada de bom na vida dela", pensava o tempo todo no caminho. Fomos a uma pastelaria e enormes pasteis de carne (o melhor agrado que uma pessoa pode fazer pra minha avó).
Em casa, madrugada a dentro, bebemos e conversamos. E lá estávamos, ela com um copo de café com leite na mão, eu com uma taça de vinho. Brindamos a vida. Jogamos conversa fora, rimos muito, falamos de amores, conversamos sobre a beleza da vida. Fiz minha avó ouvir Radiohead, fechar os olhos e sentir a música com os bracinhos para o ar. Ela me fez cantar junto com ela a música Trem das Onze como faziamos quando eu era pequena. E no final, depois de declarações mútuas de amor, vi meu capuchinho de algodão dormir, bem agarradinha dela. Então, chorei.
Não, definitivamente a vida dessa senhora, que foi tão bem vivida, não acaba com esse diagnóstico. Ainda há muito a se fazer.
Amo você vó!

sábado, 4 de julho de 2009

Ao Som de I Will Survive




Saudades Azuis

Vitória foi passar 15 dias de férias com o pai. Fui deixá-la em Fortaleza na quinta. Durante boa parte da viagem ela me falou como estava ansiosa pela chegada daquele dia.
"Mãe eu tô tão ansiosa. Tô sentindo uma 'cosquinha' bem aqui na minha barriga".
"É assim que a gente sente, filha, quando a gente fica longe de quem a gente ama. Quando a gente pensa que está perto da gente chegar perto de quem a gente ama, elas - as borboletas que ficam batendo no estômago trazendo esse friozinho - aparecem. Mistura de amor com saudade, entende?!." "Hum Hum!"

Entre um comentário e outro sobre a saudade do pai e sobre a ansiedade por estar com ele, ela não deixava de dar um jeitinho de declarar seu amor por mim. Desconfio que no fundo ela sabe como eu preciso disso."Mãe, mas eu já te disse o quanto eu te amo? Pois eu te amo do tamanho do infinito".

Meu coração apertado e miudo com a possibilidade de não estar com ela por quinze dias, ficava um pouco mais espaçoso com essas declarações de amor. Não sei o que acontece comigo (não sei se seria justo generalizar para a categorias das mães), o fato é que a sensação que eu tenho é que ela vai me esquecer em quinze dias, que o amor que ela declara (e que eu sinto) do tamanho do infinito não fique mais tão infinito assim. Uma sensação acompanhada de uma saudade azul (ainda azul) e rechonchuda .

Eu sei, eu sei ... Nada inesperado esse friozinho na barriga que ela me confessou estar!Perfeitamente compreensível essa ansiedade toda! Justo! Nada mais justo passar 15 dias de férias com o pai!O que são quinze dias, não é mesmo? Passa logo! Olhando por outro lado, tô de férias e sem a minha pequena, dá pra ir e vir com mais facilidade! Mas é que a gente tá tão presente na vida uma da outra, que fica difícil ser racional numa hora dessas.

Ai, ai filha!!!! O dia tá lindo lá fora! E agora de manhã, coloquei pra tocar nossa música e dancei, como de costume, no meio da cozinha, com as mãos pro alto. Mas não foi a mesma coisa, faltava você me dizendo "Mãe tu é a mãe mais berel que eu tenho, mas eu te amo".

Sei não, acho que as tais borboletas, já começam a fazer morada aqui no meu estômago. Saudades, filha! Saudades!(e olha que elas ainda estão azuis)!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Viva São João!!!

Ontem, véspera de São João:

Pessoas, conhecidas e desconhecidas, me perguntando onde eu iria passar a noite de São João, (coisa que eu só tinha costume de ver na noite de natal ou ano novo. Adorei!).
Eu, colocando bandeirolas, balões ao som do bom e velho Sr. Luiz Gonzaga (claro!), e do forró A Natureza das Coisas do Flávio José (que ouvi várias vezes ontem) na casa de R. para uma festa de São João com convidados não menos vips: Vitória, José e Pedro.
No fogo, vatapá, canjica, arroz com carne do sol. Eu nem acredito que eu fiz o vatapá, o meu primeiro!Diga-se de passagem, rendeu elogios de alguns outros convidados que apareceram por lá. Ninguém me segura mais!)
Pelas ruas, fogueiras iluminando a cidade e quem não fez fogueira, foi de vela mesmo!). Barulho de fogos de artifícios.
Nas calçadas da rua onde moro (normalmente muito calma), crianças, jovens, senhores, senhoras, dando o ar da graça. Ah! Ainda tinha o Juá Forró. Mesmo não sendo adepta a esses eventos, não achei ruim ouvir o forró que veio de lá madrugada a dentro(cabe dizer que eu moro longe do local do evento).
Viva, viva, viva São João!

A Natureza das Coisas
Flávio José

Se avexe não
Amanhã pode acontecer tudo
Inclusive nada

Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia
Em que cria asas

Se avexe não
Que a burrinha da felicidade
Nunca se atrasa

Se avexe não
Amanhã ela pára na porta
Da sua casa

Se avexe não
Toda caminhada começa
No primeiro passo

A natureza não tem pressa
Segue seu compasso
Inexorávelmente chega lá

Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavandeira
Pra ir mais alto vai ter que suar

domingo, 14 de junho de 2009

Tinha de Ser

Ontem, ela, enquanto tentava dormir balançava os pezinhos de um jeito que eu conheço bem. Cada dia ela fica mais parecida com ele: entre trejeitos e sensibilidade para formas e cores.
Ele, há alguns dias atrás mandou um presente pra ela. Um mimo cheio de delicadeza e muito, muito amor. Um história de amor - ilustrada lindamente por ele - entre uma fox paulistinha (mineira de lugar de nascença) e um weimaraner parrudo e altão. Um história de amor que vai da presença constante a ausência que toma conta da vida de um deles. Um história que fala, também, de recomeço. Lembrei do tempo em que Lord Von e Jojô, os protagonistas dessa linda história de amor, ainda encontravam-se sem cor em papel vegetal na mesa da sala de jantar.
O que falar mais sobre as ilustrações dessa linda historinha ... Tradução feita por um menino que cresceu por fora. Desenhos de um menino cheio de sensibilidade, de olhos miúdos, sorriso largo e cabelos esvoaçantes.
Não, não vou ousar tentar explicar o que senti quando vi ali, nas mãos dela, tudo colorido, da maneira mais delicada, singela, sensível, pura beleza (apenas o segundo de muitos que ainda serão ilustrados de forma tão doce, tão suave, de um jeito só dele).
Talvez seja preciso dizer que gente é troço engraçado: é certo, no primeiro momento lamentei não fazer mais parte disso tudo, pra logo em seguida pensar de forma aliviada, até feliz: não, definitivamente não poderia ter escolhido melhor pai para a minha filha.

domingo, 7 de junho de 2009

Desenredo

Numa tarde de sábado, bem próximo aqui de casa, um homem tentou assaltar o posto onde sempre abasteço o carro. Naquela tarde, passando em frente ao posto, pensei em parar. Até percebi o movimento estranho, pensei no que poderia estar acontecendo, mas acabei seguindo meu caminho sem abastecer. A noite, chegando em casa, a vizinha me perguntou se eu tomara conhecimento do assalto que tinha acontecido no posto. Disse que não e perguntei se alguém havia se ferido.
Naquela tarde morreu um homem, o moço do lava jato. Não pela mão do bandido que fugiu sem conseguir levar nada do posto, mas pela mão do colega de trabalho. Os dois decidiram sair numa moto atrás do bandido. Dirigindo a moto, o moço do lava jato. Na garupa o frentista com a arma. Na perseguição, a moto caiu num buraco e a arma disparou acidentalmente, atingindo o moço do lava jato na nuca, tirando-lhe a vida. Naquela noite a dor tomou conta de duas famílias. Naquela noite duas pessoas deixaram de ir pra suas casas: um estava morto, o outro preso. Nos dias seguintes, a vida seguiu. Passei alguns dias pensando sobre isso tudo. Sobre a fragilidade da vida. Vidas que se vão assim, de maneira tão tola. Sobre a violência que ronda. Sobre a importância que damos as coisas. Sobre as consequências das decisões que tomamos num instante e que amargamos por toda a vida. Sobre a vida que segue. Pensei, sobretudo, sobre o quanto é bom poder chegar em casa e se aconchegar com os seus amores ou amigos.

Desenredo
Boca Livre
Composição: Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo
(...)
O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo
O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso
Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo
(...)
A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo
(...)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vai passar

Agora Vitória dorme. Até a pouco conversávamos. Vitória tem sofrido com a indiferença de Juan. Quem é Juan? Juan é um coleguinha da escola por quem minha pequenina nutre um carinho especial. Há dias ela fala dele sem parar: "Mãe, sabia que o Juan sabe desenhar um sol?","Mãe, o Juan hoje não foi a aula, acho que ele tá doente! Tô preocupada! Vamos ligar pra casa dele?", "Mãe, será que a gente pode dar uma carona ao Juan amanhã depois da aula", "Mãe sabia que o Juan é um artista, ele sabe desenhar tudo, se duvidar ele sabe desenhar uma cidade inteira, ele desenha tão bem (...) ele é como meu pai".
Mas hoje, hoje ela falou da indiferença do Juan, de uma forma triste, sofrida, com lágrimas nos olhos "Mãe, o Juan não quer mais ser meu amigo. Deixou de gostar de mim. Não quer mais brincar comigo na hora do parque, não quer mais sentar do meu lado. Eu não entendo, eu sou uma menina do bem, não sou mamãe?! E eu tô triste, muito triste. Agora ele dá atenção para as outras meninas e eu fico sozinha".
Seria o momento de dizer algo confortante, fazer uso da tranquilidade e da maturidade que os anos deveriam ter me trazido. Não consegui!!! Nenhuma palavra saiu, não soube o que dizer. Apenas a abracei bem forte e chorei, solidária. Tentando tirar um pouquinho da dor daquele pequeno coraçãozinho ou aproveitando para compartilhar um pouquinho da minha. De uns dias pra cá tenho escondido tanto o que sinto, dela, dos outros, de mim mesma, que talvez , de forma injusta, tenha me aproveitado do momento. Há quem diga "Como você está bem!!!" É, ainda dói, mas a vida e as responsabilidades me fazem entender que chorar ou sofrer só depois de deixá-la no colégio, no violino ou na natação. Chorar ou sofrer só depois da aula de francês, da yôga, de ensinar a tarefa de casa, de dar o remédio, de levar ao médico, de fazer a refeição.
Mas hoje, vendo-a chorar, me permiti pensar na minha dor, sem querer saber se era hora. Hora de lembrar o quanto dói recordar dos ditos, dos não ditos, das intenções de amizade eterna que se desmancharam no ar. Lembrar que ainda dói não saber por onde anda ou o que faz. Dói não compartilhar mais tristezas e alegrias, sucessos, fracassos, medos, experiências.
Vitória, deitada no meu colo chorou, chorou muito, depois, olhou pra mim e disse: "Dói, dói muito, né mãe?"Balancei a cabeça dizendo que sim. Na minha cabecinha de vento, pensei: "Ainda dói filha, mas quer saber, com o tempo essa dor vai passar, outras ainda surgirão. É assim, também, que é a vida."
Daqui, olho e vejo Vitória dormindo. Enquanto ela dorme, eu penso sobre o que deveria ter dito e não disse. Como deveria ter agido? Levar tão a sério? Fingir que nada de importante aconteceu? Afinal, pode ser que na segunda o Juan volte a ser amigo dela. Mas também pode ser que não. Isso deve ser só coisa de criança, não é? Mas quem disse que criança não sofre? Não sei!!O que deveria ter feito que não fiz? Filha, perdoe-me se não fiz a coisa certa. Se acabei confundindo as estações. Se exagerei na dose. De qualquer sorte, essa música que aqui transcrevo, hoje, é nossa:

Tudo Novo de Novo
Paulinho Moska

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim
Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim
É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou
E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou
Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Potocas

1.Finalmente assisti o filme Divã.
Algumas identificações, óbvio. Tinha que registrar. Entre risos e choro, saí inteira e coloquei o pé a caminho de casa (560 km).

2.Começo a suspeitar: a metamorfose já começou e avança rapidamente. Cheguei em Fortaleza as 6 da manhã. Olhei para aquela imensidão e me vi perdida. Definitivamente não tem mais cara de lar. Senti saudade da minha casa e de conversar com o lixeiro que sempre passa nas terças e quintas e sextas e de dar bom dia para o vizinho do lado, ou ouvir música boa nas caixas de som da rádio centro. Senti saudade dos meus alunos, do pessoal do francês, da yôga, da conversa com outras mães enquanto minha filha faz sua aula de natação. Não sei não, sinto que minha casa, cada dia mais cria raízes em terras caririenses.

3.Cortei o cabelo bem curto, tipo Joãozinho. Minha mãe disse que eu estou horrível. Fiquei um pouco apreensiva por alguns minutos, por que mãe quando acha filho feio é que a situação está periclitante. A Vitória minha filha ficou calada. O professor de violão me achou parecida com a Cássia Eller (Cássia Eller???!!) Aí resolvi me olhar no espelho e me vi .... linda!!! Ufa!!!A preocupação foi embora (rsrsrs). Se Sansão perdeu as forças, eu me sinto revigorada.

4. A gente nunca imagina como vai agir diante de momentos tão esperados. A gente ensaia, se prepara e no final, frio na barriga, dor, uma tristeza de leve, nada como foi pensado. Depois a gente teima em ficar remoendo questões, querendo dar explicações sobre outras (que nada adiantariam por que isso não tem mais nenhum significado para o lado de lá). O bom é quando a pulsão da vida fala mais alto e a gente, finalmente, consegue mandar a mente passear em outros ares. Um passinho de cada vez.

5.Contando para o professor de violão entre um acorde e outro (sim, eu estou voltei a estudar violão popular na escola da minha pequena, enquanto ela faz violino) o tanto de atividades que estou fazendo, ele sorriu e disparou: "O que é isso?? Crise de meia idade?!!". Respondi: "Não professor!! Vontade de viver, esse é o nome! Vontade de reaprender a viver".

6. Por falar em Violino, minha filha é uma fofa mesmo. Agora ainda mais, com aquele violino debaixo do queixo. Tô toda prosa!!!

domingo, 17 de maio de 2009

Sobre Mães e Filhas

Mãe é, assim diz Martha Medeiros, a única categoria em que não há segundo lugar, são bilhões de "as melhores" mães do mundo espalhadas por aí. Mas ser a melhor pra alguém está longe de ser tarefa fácil: passar algumas noites em claro, mergulhar em dúvidas, medos e inseguranças, vez por outra; chorar feito criança quando o filho anda pela primeira vez, diz as primeiras palavras ou aprende a ler; aumentar as rugas com preocupações quando o filho adoece ou quando não chega em casa na hora; fingir que não tem medo do escuro, que não tem medo de injeção, que o gosto do remédio não é tão ruim assim só pra dar uma força ao filho a superar seus próprios medos; negar as dores que se sente, só pra não ver o filho preocupado; pedir a Deus todos os dias, um pouco mais de vida, pra que se tenha a oportunidade de ver os filhos bem, como faz a minha avó.

Ontem, em sala de aula, fiz uma dinâmica de apresentação que envolvia as pessoas se definirem contando um fato importante da vida. Numa sala praticamente feminina(vinte e uma mulheres mulheres e dois homens), as que não eram mães falavam da formatura, mas não deixaram de mencionar a alegria que sentiram em ver o orgulho de suas mães durante a cerimônia de formatura. As que eram mães, relatavam o nascimento dos filhos, muitas não continham sua emoção e faziam declarações de amor aos filhos com lágrimas nos olhos. Sai da aula e no caminho de casa me lembrei do momento em que fiquei sabendo que estava grávida(nada mais normal de acontecer no mês das melhores do mundo). Me transportei para um dos dias mais importantes da minha vida.

Naquele dia, saí da faculdade com uma dúvida martelo. Fiz um daqueles testes comprados em farmácia. Fiquei olhando para aqueles dois tracinhos cor de rosa alguns minutos sem acreditar que tinha chegado a minha vez. Tive vontade de ligar para todo mundo e contar que eu ia ser mãe. Esperei ansiosa a chegada do pai da Vitória. Lembrando deste momento, inevitável deixar de lembrar do rosto dele. Naquele momento, os olhinhos puxados ficaram tão arregalados. O medo dele era evidente. Eu também estava com medo, mas quando a gente descobre que vai ser mãe, parece que a descoberta nos enche de uma força divina e tão, tão necessária para todo o resto da caminhada que, naquele momento, só começou. Nunca me senti tão linda, tão plena, tão feliz, tão forte quanto naqueles nove meses.

Num dia de chuva (como todos os dias mais felizes de minha vida), Vitória veio ao mundo, pra me fazer mais feliz e me ensinar um tanto de coisas, entre elas, aprender a ser filha. Hoje entendo e respeito muito mais as minhas duas mães (minha avó, meu capuchinho de algodão e minha mãe) e penso que elas entre erros e acertos acabaram por fazer um belo trabalho (rsrsrs): transformaram três meninas magricelas em mulheres do bem. A elas o meu respeito (o que não quer dizer, mãe, que eu não queira descobrir a minha própria receita, viu?)

Seis anos e alguns meses: muitos erros, alguns acertos. Vitória cresce, linda, sensível (olhos de mãe!). O medo ainda ronda. Penso: Será que ela é feliz? Será que pra ela eu sou a melhor?Será que tenho feito o que é certo?Mas a força de uma mãe nunca seca. Então penso mais uma vez: Estou fazendo o melhor que posso, por que estar com ela é a melhor coisa que podia me acontecer. É sentir a continuidade dessa beleza que é a vida. As vezes com beijinhos e carinhos, sorrisos, conversas, cantorias debaixo do chuveiro, pulos sobre a cama novinha, histórias antes de dormir, abraços apertados, manhas, mimos, risos por qualquer bobagem, dizer te amo muitas vezes seguidas, filmes assistidos por tantas vezes que até já se perdeu a conta de quantas vezes os assistiu comendo pipoca, fazendo cara de novidade e suspirando ao mesmo tempo quando o mocinho finalmente beija a mocinha ou, ainda, choros partilhados em momentos de dor ou de saudade. Outras vezes com sermões, olhares sérios, castigos. É assim que o meu amor imperfeito, sincero, incondicional, eterno, amor de mãe, se manifesta.

Me sinto privilegiada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Abrindo os olhos

"Por que também somos o que perdemos."

sábado, 11 de abril de 2009

Preciso de um remédio, por favor!

Um remédio de efeito imediato. Do contrário, é desejável que o tratamento dure 7 dias.
Um remédio que não maltrate tanto quanto o outro que existe no mercado, aquele conhecido por "tempo".
Preciso de um remédio que cure as dores da alma. Que ajude esquecer o que passou e que faça pensar apenas no que há de vir(não na vida dos outros, só na minha), mas que tire o medo deste futuro incerto.
Um remédio que diminua o aperto no peito. Este aperto que tira o fôlego e faz descer lágrimas dos olhos sem que se consiga exercer nenhum controle sobre.
Que leve embora pensamentos, imaginações do que está acontecendo do lado de lá. Que cole os pedacinhos. Que remende este coração que sofre cada vez que pensa que sempre há um lado que toca a vida pra frente e que põe o pé na estrada e vai, enquanto o outro lado fica, tentando juntar o que sobrou em caixas de papelão.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sem despedidas

Música
Vanessa Da Mata
Composição: Liminha / Vanessa da Mata

Nosso sonho
Se perdeu no fio da vida
E eu vou embora
Sem mais feridas
Sem despedidas
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música

Nossas juras de amor
Já desbotadas
Nossos beijos de outrora
Foram guardados
Nosso mais belo plano
Desperdiçado
Nossa graça e vontade
Derretem na chuva

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa músicaMúsica

Um costume de nós
Fica agarrado
As lembranças, os cheiros.
Dilacerados
Nossa bela história
Tá no passado
O amor que me tinhas
Era pouco e se acabou

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Seu Zé foi embora?!!

Acabo de vir da vendinha do seu Zé. Para minha tristeza, a vendinha não é mais do Seu Zé.
Fui comprar pão e leite. Da janela do apartamento eu sempre olho pra ver se a vendinha está aberta. Besteira minha por que ela sempre está. Seu Zé abre a vendinha religiosamente as 6h da manhã, de domingo à domingo.
É só descer alguns degraus, andar um pouquinho e chego lá na vendinha que parece ter parado no tempo. As sacas de feijão no chão, o queijo que é cortado na hora, miudezas expostas em um barbante preso por um prego na parede. Atrás do blacão um senhor sério, mas educado, carequinha (justo dizer que ele tem alguns fios brancos que resistem bravamente), dotado de uma facilidade em fazer contas matemáticas de cabeça (Impressionante! Não erra uma! Ainda tira o noves fora, coisa que nunca aprendi e que da última vez que o vi, disse que gostaria muito que ele me ensinasse).
Ano passado, ele ampliou a vendinha, sem mudar o estilo do negócio, que já está no bairro há muito tempo. Na época ele me disse que tinha resolvido investir pois pensava que dado o tempo que já estava lá, um dia, quem sabe, o locador poderia decidir vender o pontinho pra ele. Isso foi pouco antes da sua esposa falecer. Depois disso, a vendinha ganhou um certo ar triste. Seu Zé, num compasso mais lento, com aquela aliança enorme no dedo, além da dele. Ele era magrinho e a esposa bem forte. A aliança era segurada com um pouco de durex enrolado. Pensar em tirar ela dali, nem pensar. Na parede da venda um poster (o que tinha de mais sofisticado em todo o resto), com a foto da esposa e com uma frase de uma música conhecida "Amor igual ao teu eu nunca mais terei".
Hoje, eu entrei na vendinha. Diante das mudanças que estão acontecendo em minha vida, que não cabem ser comentadas mais ainda aqui ou agora, senti um certo conforto em ir comprar leite e pão no Seu Zé assim como em outros tempos. Decidi que ia dizer a ele que hoje era o dia dele me ensinar o tal do noves fora. Entrei na vendinha e me deparei com uma senhora atrás do balcão. A foto da mulher do seu Zé não estava mais na parede. Pensei com os meus botões: "O luto do seu Zé acabou! Tocou a vida pra frente! Encontrou outra pessoa pra dividir os dias! É assim que as coisas são!Peguei o pão, o leite e arrisquei a pergunta: Cadê o Seu Zé? A senhora me respondeu: "Seu Zé passou o ponto". Seu Zé foi embora??? Como? Porque? "Ele disse que de uns tempos pra cá estava cansado. Não via mais sentido ficar aqui, não. Passou o ponto."
Disse um "Ah!" desolado, entreguei o dinheiro e ela puxou a claculadora pra ver quanto teria que me dar de troco. Voltei arrastando o pão e o leite e um fio de tristeza.
As coisas mudaram mesmo!

Seja feliz Seu Zé!

Em dias

Faz algum tempo desde a última postagem. De lá pra cá um monte de coisa aconteceu. Inclusive, fiquei mais velha! Trinta e dois anos!!! Peraí!!! Não era quinze um dia desse?

Eu queria postar sobre o meu aniversário, longamente de forma poética e feliz, mas digamos que as coisas não aconteceram como eu imaginei. Aliás, imaginar, viver num mundo de ilusões tem sido o meu hobby predileto nos últimos tempos.

Alguma coisa me chama para a realidade. Quem sabe a terapia, quem sabe as evidências que se tornam mais nítidas a cada dia. Palavras antes não ditas agora são soletradas. Sem espaço para interpretações, tudo dito as claras. Até sonhando, literalmente, alguém vem e me diz "ei menina, isso não está acontecendo não ... é só sonho". Eu acordo, por um instante odeio a figura que disse isso no sonho, depois vejo que ela tava certa, me encolho no fundo da rede sem saber bem ao certo se é bom tentar sonhar de novo ou ficar de olhos bem abertos (mas com uma dor filha da puta), até não ter o que fazer a não ser me levantar e tentar tocar pra frente aquilo que não pode esperar.

Racionalidade?! É uma palavra que eu clamo todos os dias ... mas ela teima em não vir. Conto no calendário da agenda a passagem do tempo. Mas que passagem é essa que não leva minhas dores embora?

Voltando ao aniversário: Eu passei a zero hora do dia 05 de abril numa cadeira de cinema. Última sessão do filme Ele Não Está Assim Tão Afim de Você. Fiquei bem, me aqueci com a minha velha blusa de lã vermelha. Assisti o filme e fiz o exercício mental de não pensar em mais nada além do filme. No final, indo pra "casa", prometi a mim mesmo que não esperaria nenhuma surpresa, nenhuma lembrança e que por isso ficaria bem e feliz com o que viesse ou com o que não viesse. Pensei que estar viva por si já era uma boa, motivo suficiente para se estar feliz.
Recebi beijos gostosos da minha pequena e muitas mensagens bacanas de gente não menos bacana via orkut. Almocei com uma amiga bem especial que me presenteou com um bom livro.

E, acreditem, apesar disso tudo pensei que deveria me sentir triste. Pensei no meu 31º aniversário. Desejei que o tempo voltasse!
Queria o pão promocional em cima da mesa simulando um big café da manhã. Queria o Ira tocando na vitrola com aquele refrão "Feliz Aniversário, envelheço na cidade", queria o beijo afetuoso de quem me dizia que juntos éramos mais fortes.

E por querer tanto isso, embarquei nas minhas ilusões e, mais uma vez fui chamada a realidade. Sem grosseirias ... só a realidade nua e crua e por isso mesmo dolorida. É fato: a vida mudou. Assim será lembrado o meu 32º aniversário.

De lá pra cá ... que monte de coisa aconteceu? Não sei bem ao certo! Tá tudo muito confuso aqui dentro. Oscilo entre colocar o pé na estrada e ficar parada em um mesmo lugar como se tivesse raizes. O que tenho feito com os dias? Não sei, bem a certo. ao final de cada um deles, acho que tenho a sensação de que só estou esperando que eles passem.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Momento Descompostura


Aqui antes constavam outras palavras, abreviações de palavrões, muita mágoa, ressentimento, tristeza, descompostura. Resolvi deixar só a imagem, e acho que ela diz muito. Resolvi ressignificar depois que soube o quanto isso - a exposição, as duras palavras - tinham magoado alguém que continua sendo importante pra mim. Me desculpe, caso você volte a visitar esse espaço. Não fiz por mal ... as vezes a gente só se permite ser demasiada humana e os sentimentos saem em forma de palavras sem racionalizar se isso vai machucar alguém.

Tempo de Aprender 1

É tempo de aprender! Tempo de aprender a não ser tão carrasca comigo, a ver o copo "meio cheio", a curtir a solidão, a gostar da minha companhia.

É tempo de aprender! Tempo de aprender a não esperar (sempre) que alguém venha e me dê colo. Mas me sentir merecedora quando este aparecer. Aprender a me dar colo e a me ninar de vez em quando.

É tempo de aprender como se endurece a casca.

Inevitável, neste tempo, remexer aqui por dentro e me enterrar debaixo de tranqueiras e mimos que guardo cá. Adentrar no colorido e no preto e branco da minha vida. Rolar em gramas verdes e chafurdar na lama.

Tudo por uma boa causa: aprender a aprender quem eu sou!



...




A., tirei esta foto em Jeri há uns dois meses atrás. Durante um tempo, revisitando os albuns da viagem eu pensava toda vez que olhava pra essa foto: "É fato! Eles andam pra trás, se enterram na lama ... mas depois saem e escalam árvores!!! Que bichinhos danados!" Receba-a ... agora ela é sua!



sexta-feira, 13 de março de 2009

Leite Morno

Quando tudo parecia tão sombrio e assustador, quando eu cheguei a imaginar ser incapaz de ser amada por alguém, ela me estendeu a mão. Foi assim na infância e continua a ser assim em todos os dias da minha vida, durante todos esses anos, esteja perto ou longe.
Sempre pensei que Deus havia enviado ela pra terra pra velar por mim. Presente de Deus!
Nos momentos mais difíceis, ela sempre esteva lá ... com um copo de leite morno, oferecido sempre acompanhado de um olhar atento (para garantir que não ficasse nem uma gotinha na xícara) e um sábio conselho: "Tome todo minha filha e depois deite um pouquinho pra deixar o leite correr no corpo e esquentar o coração". Sempre funcionava.
Sempre ela, sempre o copo de leite, sempre aquelas palavras, o que acabava me acalentando, aliviando os meus pesares. Desconfio que aquele leite era preparado com doses generosas do amor e da força da minha avó.
Talvez por tudo isso eu tenha passado todos esses anos pensando que minha vó ficaria para semente e que sempre teria seu apoio, seu colo, suas palavras e o leite morno. Hoje, aquela cabecinha branca, o meu capuchinho de algodão, está amparada por um travesseiro verde água de um leito de UTI. Me dói pensar na possibilidade de não tê-la por perto ... me dói não conseguir oferecer a ela o leite morno pra esquentar aquele enorme coração que tem dado sinais de cansaço. Perdão vó!!! Seria a minha vez de te servir, né? ... mas tô com tanto medo de tudo ... preciso de você e do seu leite morno.

sábado, 7 de março de 2009

Amigos de Infância

Conheci pessoinhas pra lá de interessantes nos últimos dias: José e Pedro.
O meu pequeno amigo Zé tem 2 anos e é uma criaturinha muito sapeca que me chama carinhosamente de Bal. O Pedro, esse, no auge dos seus dois meses de vida, me oferecia sorrisos banguelos (rsrsrs). Encheram meu coração de alegria e me ajudaram a superar a saudade que sinto da minha filha quando estou em Terras do Padim a trabalhar.
Ah!Cabe dizer que conheci a mãe das duas figurinhas, R., uma pessoa do bem e uma mãezona, que me acolheu em sua casa com muito carinho e me escutou pacientemente durante horas, a falar de assuntos dos mais variados, apesar da sua longa jornada de mãe e professora.
Aos três, o meu carinho.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sem palavras

O que aqui escrevo é um recado para uma pessoa querida, A. Querida por sua genialidade, generosidade, por seu carisma, sua sensibilidade, por sua doçura.

Gostaria, sinceramente, de estar aí, neste momento, junto à você. Oferecer meu ombro, meus ouvidos, meu colo, meu abraço, meu carinho, minha amizade. Repetir muitas vezes e com tanta força que nada aconteceu, até que, esse desejo virasse a mais pura realidade. Arrancar sua dor e levá-la pra longe, ou simplesmente ficar em silêncio e segurar sua mão.
Não estou aí ... Não posso levar sua dor pra longe ... Não posso mudar o que aconteceu... Me sinto impotente ...
Mas estou aqui ... pensando em você e pedindo a Deus que te conforte.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Acredite, ou não

Idas e vindas e muitas emoções. Estranhos que contam a vida inteira em oito horas de viagem, que roncam, que conseguem dormir de bruços numa cadeira minúscula de um ônibus, que roubam seu travesseiro no meio da noite ...


"Quando o mar não tá pra peixe
Jacaré vai de canoa
Quando a banda não é boa
Vai play-back e tudo bem
Nesta vida sempre tem
Uma surpresa de emboscada
Muita carta foi marcada
E muito jogo se perdeu
Estranho! Bizarro!Tudo isso aconteceu,
Acredite, ou não... Inesperado!
Normal só tem você e eu"
Lenine

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Estúpida maneira de viver!

Todos encontram a sua maneira de viver o luto. A minha estúpida maneira de viver o meu é fingir que nada aconteceu. É covardemente não encarar a realidade dos fatos. É não ter a dignidade de saber partir (ou seria saber ficar?)

E por isso mesmo, durante um pequeno momento de lucidez, uma outra Waleska surgiu diante do espelho e perguntou pra esta Waleska que escreve: "Que você tá fazendo da sua vida, menina?"

Desejei que ela pulasse do espelho, me resgatasse e me levasse para um outro lugar até que eu ficasse curada de vez .
Que droga!! Eu e essa minha mania de querer fugir!!!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Moça de mudança

"Moça de mudança" ... adotei este nome. Por mais que a mudança seja dolorosa, amedrontadora, vez por outra é necessária, inevitável. Na minha vida, nos últimos tempos diria que ela tem vindo a "toque de caixa". Um novo emprego, uma nova cidade, uma nova casa ...
Esta semana, finalmente decidi ir até a cidade onde vou, a princípio, trabalhar. Digo apenas trabalhar pois, por enquanto, ficarei indo e vindo, logo, acho que não posso falar em morar, apesar de ter lá um cafofo com uma rede e um vaso de planta (que ainda não me inspirei em batizar). Enfim ... sou uma moça de mudança.

Nessas idas e vindas, algumas noites serão dormidas, ou pelo menos passadas dentro de um ônibus. Nessa minha primeira ida, a aventura foi boa.

Fui comprar a passagem e na hora a moça do guichê me informou que haviam ônibus indo por dois caminhos diferentes. "Qual era o melhor caminho?, perguntei, juro, pensando apenas em coisas do tipo estrada menos esburacada e, consequentemente, com maior possibilidade de chegar mais rápido.

"Sei não! acho que tanto faz. Perainda ... ". E se dirigindo ao colega do guichê ao lado, a moça perguntou: "Fulano, qual o melhor caminho?". Aí o rapaz, com um sorriso no rosto, olhou pra mim e disse: "Ah, minha senhora!!!! Não tem esse negócio de melhor caminho não!!!! Se for sua hora, acontece acidente, assalto em qualquer um dos dois".

Como se não bastasse ele me chamar de minha senhora, ainda vai falar em acidente, assalto, "minha hora"?!! O suficiente pra eu decidir que não ia dormir a noite inteira dentro do ônibus e que deveria começar minhas preces imediatamente.

Fiquei tão impressionada que, pela primeira vez, afivelei o cinto de segurança assim que entrei no ônibus. Fiz uma oração, olhei para janelas pra ver onde ficava a saída de emergência e dei um suspiro longo pensando que não deveria dormir para ficar atenta a tudo que acontecesse durante a viagem.

Realmente eu não dormi ... Não, não foi por medo, não! Tão logo o ônibus começou a andar, fiquei pensando que eu não podia ficar pensando assim, já que as viagens serão uma constante na minha vida. Eu não dormi por que o senhor que sentou ao meu lado insitiu em roncar a noite toda! Uma verdadeira orquestra sinfônica sem maestro! Se o ronco fosse pelo menos ritmado, quem sabe com o tempo meus ouvidos se acostumavam e eu dormia.

Enfim ... fiquei pedindo a Deus pra ele parar de roncar um pouquinho. Lá pelas 3h da madruga ele parou e foi um silêncio maravilhoso. Ah! Que coisa boa é o silêncio!!!! Eu agradecia a Deus, claro! Mas depois de um tempo ... me vi pensando: "Será que ele morreu?" Aí meu Deus!!! Melhor uma pessoa que ronca viva, que um cabra silencioso morto".
Daí, eu fiquei pedindo em pensamento: "Ronca! Ronca! Ronca!" Ele roncou e muito, a noite inteira e ainda mais alto. É a vida!

Na volta? Ah! Foi ótimo. Sentei perto de um rapaz que estava com seu Ipod na maior altura. Daquele jeito que você escuta mesmo sem estar com os fones. Até aí, tudo bem! O problema é que ele dormiu, esqueceu o Ipod ligado e RONCOU!!!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O que eu faço agora?

Eu reproduzo aqui um parte de um post do Mãe de Primeira (indicação da Aninha, a moça de textos maravilhosos dona de um Café maravilhoso que eu visito vez e sempre).
Neste post ela fala de uma pergunta que a gente se faz quando se separa ... que eu continuo me fazendo apesar do tempo e do esforço que tenho feito pra continuar a levar a vida ou, melhor seria dizer, me deixar levar por ela. Sei não ... li e achei que devia deixar isso registrado aqui pra me lembrar o que fazer até quando a pergunta voltar!

Let it be22.10.07
Ela faz aquela cara de interrogação e dispara: O que eu faço agora?Fico sem saber o que dizer, até que, por fim, solto: Não faz nada. É isso. Não faz nada (será que a resposta é pra ela ou pra mim mesma?).Ou melhor, faz só as pequenas coisas. As mínimas, mais simples, aquelas menos pensadas. Fica cinco minutos debaixo do sol pela manhã. Toma um banho demorado. Passa o melhor hidratante. Prepara uma salada de frutas. Compra uma cerveja bem gelada. Escuta sua música preferida infinitas vezes. Dança sozinha na sala. Liga para um amigo querido. Corre no parque. Dorme a manhã inteira. Foge pra praia. Arruma a casa e limpa as gavetas. Trabalha direito. Espera o dia nascer pra depois sonhar acordada - cinco minutos tá bom, que o exagero estraga.Somente o necessário pro dia correr, pra pulsão existir. Sem grandes decisões, a maré vai mudando. Até que te leva pra outra praia - espero que, dessa vez, aquela que será definitivamente a sua.
http://maedeprimeira-paloma.blogspot.com

Eu quero ser um desenho animado

Eu quase nunca escrevo aqui, apesar de quase sempre pensar em muitas coisas que eu deveria registrar. Entre as coisas que registraria diariamente seriam as minhas conversas com a pequena Vitória. Tirando as brigas pra escovar os dentes, tomar banho, comer tudinho, dormir cedo, não pular na cama, recolher os brinquedos e não desenhar todo papel que encontra pela frente, que faz a gente pensar se está preparada fisicamente para ser mãe (rsrsrsrs), a tarefa de ser mãe é surpreendentemente maravilhosa! As vezes me pego olhando pra minha filha e pensando: "o que sairá desta cabecinha maluca hoje?". Uma das últimas da Vitória (confesso que fiquei até assustada com a história):

Sabe de uma coisa mãe?!
O quê?
Eu quero mesmo é ser um desenho animado!
Um desenho animado? Por que, filha?
Por que pode fazer tudo, nunca se machuca, nem morre!
Vitória!!! De onde você tirou isso!?

Silêncio e minutos depois ...
Mãe!!! Sabe de outra coisa?!
O quê, Vitória?
Desisti de ser desenho!
Por que?
Por que não se machuca, não morre, mas pode a qualquer momento ser apagado!
Virou e continuou a desenhar

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Diálogo

Personagem 1 - Não!! Não chora!! Eu não gosto quando tu chora!
Personagem 2 - Sim, eu vou chorar! Eu quero chorar!!
Personagem 1 - Não, não chora menina!
Personagem 2 - Mas eu quero chorar, eu quero e vou!!
Personagem 1 - Então, pode chorar!Mas eu não vou ficar mais dizendo: "chora não bebê, viu!?


Personagem 1 - Minha filha Vitória
Personagem 2 - EU!!!!

De que planeta ela veio mesmo?!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Migalhas

Talvez o cúmulo do amor de menos por si mesma seja ofertar amor de mais para outros, a epera de um pequeno olhar, um pequeno carinho, um pequeno cafuné ... qualquer pequeno sinal de bem querer, mesmo quando todas as evidências gritam: Desista!!! Não adiante esperar a volta, o troco ... esse não virá!
Que forma estranha de não sofrer!!!!