Mãe é, assim diz Martha Medeiros, a única categoria em que não há segundo lugar, são bilhões de "as melhores" mães do mundo espalhadas por aí. Mas ser a melhor pra alguém está longe de ser tarefa fácil: passar algumas noites em claro, mergulhar em dúvidas, medos e inseguranças, vez por outra; chorar feito criança quando o filho anda pela primeira vez, diz as primeiras palavras ou aprende a ler; aumentar as rugas com preocupações quando o filho adoece ou quando não chega em casa na hora; fingir que não tem medo do escuro, que não tem medo de injeção, que o gosto do remédio não é tão ruim assim só pra dar uma força ao filho a superar seus próprios medos; negar as dores que se sente, só pra não ver o filho preocupado; pedir a Deus todos os dias, um pouco mais de vida, pra que se tenha a oportunidade de ver os filhos bem, como faz a minha avó.
Ontem, em sala de aula, fiz uma dinâmica de apresentação que envolvia as pessoas se definirem contando um fato importante da vida. Numa sala praticamente feminina(vinte e uma mulheres mulheres e dois homens), as que não eram mães falavam da formatura, mas não deixaram de mencionar a alegria que sentiram em ver o orgulho de suas mães durante a cerimônia de formatura. As que eram mães, relatavam o nascimento dos filhos, muitas não continham sua emoção e faziam declarações de amor aos filhos com lágrimas nos olhos. Sai da aula e no caminho de casa me lembrei do momento em que fiquei sabendo que estava grávida(nada mais normal de acontecer no mês das melhores do mundo). Me transportei para um dos dias mais importantes da minha vida.
Naquele dia, saí da faculdade com uma dúvida martelo. Fiz um daqueles testes comprados em farmácia. Fiquei olhando para aqueles dois tracinhos cor de rosa alguns minutos sem acreditar que tinha chegado a minha vez. Tive vontade de ligar para todo mundo e contar que eu ia ser mãe. Esperei ansiosa a chegada do pai da Vitória. Lembrando deste momento, inevitável deixar de lembrar do rosto dele. Naquele momento, os olhinhos puxados ficaram tão arregalados. O medo dele era evidente. Eu também estava com medo, mas quando a gente descobre que vai ser mãe, parece que a descoberta nos enche de uma força divina e tão, tão necessária para todo o resto da caminhada que, naquele momento, só começou. Nunca me senti tão linda, tão plena, tão feliz, tão forte quanto naqueles nove meses.
Num dia de chuva (como todos os dias mais felizes de minha vida), Vitória veio ao mundo, pra me fazer mais feliz e me ensinar um tanto de coisas, entre elas, aprender a ser filha. Hoje entendo e respeito muito mais as minhas duas mães (minha avó, meu capuchinho de algodão e minha mãe) e penso que elas entre erros e acertos acabaram por fazer um belo trabalho (rsrsrs): transformaram três meninas magricelas em mulheres do bem. A elas o meu respeito (o que não quer dizer, mãe, que eu não queira descobrir a minha própria receita, viu?)
Seis anos e alguns meses: muitos erros, alguns acertos. Vitória cresce, linda, sensível (olhos de mãe!). O medo ainda ronda. Penso: Será que ela é feliz? Será que pra ela eu sou a melhor?Será que tenho feito o que é certo?Mas a força de uma mãe nunca seca. Então penso mais uma vez: Estou fazendo o melhor que posso, por que estar com ela é a melhor coisa que podia me acontecer. É sentir a continuidade dessa beleza que é a vida. As vezes com beijinhos e carinhos, sorrisos, conversas, cantorias debaixo do chuveiro, pulos sobre a cama novinha, histórias antes de dormir, abraços apertados, manhas, mimos, risos por qualquer bobagem, dizer te amo muitas vezes seguidas, filmes assistidos por tantas vezes que até já se perdeu a conta de quantas vezes os assistiu comendo pipoca, fazendo cara de novidade e suspirando ao mesmo tempo quando o mocinho finalmente beija a mocinha ou, ainda, choros partilhados em momentos de dor ou de saudade. Outras vezes com sermões, olhares sérios, castigos. É assim que o meu amor imperfeito, sincero, incondicional, eterno, amor de mãe, se manifesta.
Me sinto privilegiada.
OS MELHORES FILMES DE TERROR DE 2024
Há um dia
2 comentários:
Oi Wal, adorei sua passada n meu blog, gostei de ler suas experiências, além disso, suas fotos são ótimas. Lindas e com personalidade. bjs
Ah, que lindo texto, Wal. Pra cada filho, uma mãe. E somos as melhores para elas, pode ter certeza! bjos mil
Paloma e Isa
Postar um comentário